Lançados os dados: espera-se que em quatro horas formule-se um Encontro. Encontro de vinte e dois atores, vinte e duas pessoas que há um mês não sabiam das existências umas das outras. Como encontrar em si a parte capaz de compor um questionamento comum? Como perceber tal questionamento?E afinal, qual é o questionamento? Que ele existe não há dúvida. Sim, pois aqui se fala de vinte e duas pessoas, que se propuseram a viver um processo longo, naturalmente instigante e que implica em confronto e desconforto, não de uns para com ou contra os outros, mas confronto e desconforto de encontro à pesquisa e a criação, ao espaço do artista num ambiente institucional, num país e no mundo. Ou não? Sabe-se lá... E talvez tudo já esteja posto, e o objetivo pré-colocado seja apenas a absorção (ou contemplação) de ferramentas para uma arte particular, e okay, se é a percepção de um indivíduo que gera essa arte,e pensando por esse caminho, toda arte é particular.
Para mim, a absorção de suscitações, de ferramentas técnicas e seja lá o que for que componha um processo artístico coletivo implica inevitavelmente na emersão, no nascimento de um emaranhando de inquietações, perguntas que geram outras dúzias de perguntas sem respostas. O coletivo sempre chega antes do processo, o processo passa a existir no instante da junção (que ainda não é encontro) de determinadas pessoas que se apresentam à própria maneira, com suas próprias questões e inquietações. O que me questiono é: para que o processo do coletivo exista, quais questionamentos individuais terão que ser abandonados ou transformados? Quais deles estamos prontos para abandonar? Já sabemos transformas tudo isso conscientemente?
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