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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

INTENSO/VIVO

Somos agora vinte corpos convocados a experiência do reencontro. Reencontro com nossas raízes, com nossos laços e idéias, com nossos apoios (nosso próprio corpo e a existência de mais corpos companheiros de labuta e aprendizagem), com nosso fluxo de impermanência, que aparece logo que nos vemos cara a cara com nossas faltas e excessos..
Somos convocados a apenas pisar o chão dessa Escola: frio, molhado, manchado, suado... e sentir que esse não é só mais um dia, mas é "o dia". Dia de encarnar a criação, e partir para luta. Somos corpos em pleno processo de libertação e descoberta; não é fácil, dói, cada passo é uma conquista, e ligados pela terra e pelo céu, esticamos feito massinha de modelar nas mãos de um garotinho.
Sentimos nossos centros, deslocamos com ele o mundo, atravessamos com o olhar a parede da sala de vidro, como olhos de raio laser, e agora ultrapassamos esses muros pichados. Somos agora pura conexão, movemos com nossos centros/universos o infinito, e assim comungamos a força com o Cosmos.
Provocados por uma mestre, que sempre nos questiona sobre o tamanho de nossos teatros; quem queremos tocar; onde? No centro do Cariri num chão de terra batida ou num enorme teatro na Grécia!? E que acredita que o público não é burro, e que devemos alimentar o sonho, o impossível, o distante, mostrar que podemos no palco, tomar um chá de muitas maneiras, formas e cores, pois é o público que cria suas histórias apartir do material compartilhado, somos esse mecanismo aberto e vivo, que possibilita o devaneio. E pra isso devemos estar prontos!
Não pra ensinar, mas pra provocar impulsos de vida, que levem a quem participar do encontro a lugares antes escondidos e encobertos pela neblina da consciência. Viva, as pequenas fagulhas que prenunciam uma bomba atômica de transformação, em um pura descarga de boas energias.
Seguimos transpirando Tchekhov, Shakespeare, Rodrigues, Campbell e sua incrível visão de mundo, com sua Lótus de sabedoria e paz; com Bogart e suas trajetórias, formas e pinceladas de presença; com Suzuki e as pernas cansadas, mas agora fortes; de novo Nelson, só que agora com pitadas de Freud; a violência nos traços de Egon Schiele; as pin-ups; o cinema noir, e muitas, muitas outras coisas. Seguimos acreditando e sonhando com nossos teatros, nesse que é só o começo de nosso caminhar.


Evoé
Dida

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