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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Problema, oba!
Muito nesses dias, coração cheio na busca de reconhecer em mim tantas coisas ao mesmo tempo, meu encontro comigo, com o outro, com a potência, com a falência, com o espaço, com o tempo, com a afobação, com o ritmo, com o doce e suave, com a brusco e áspero, com aquilo que tento mas não entra, com aquilo que nem penso e já vive em mim, com o "se", com o "não ",  com os verbos, com as ligações, fluxos, contínuos, acúmulos. A cada dia o trabalho se torna o exercício, de abrir espaço, cavar mais fundo e repetir, e repetir, e se perder e repetir, e repetir e desapegar da "marca", e só marcar a morte certa do achado anterior, é tudo novo de novo, o antes já está morto. E ir cada vez mais fundo em nossos poços, e no poço da obra. Pensar em/ imaginar: morte, paixão, repressão, dor, lágrima, sorriso, amor correspondido, ignorado, calado, sonhado, se sentir acuado, poderoso, frágil, duvidoso.....
Nossos corpos, nossas vozes, nossas presenças e ausências, nossa união, nosso apartar-se, nossas conquistas e faltas, nossas humanidades, convocam o que nesse aqui e agora? Nesse tempo de balas perdidas, sensibilidade esmigalhada, onde encontrar o olhar do outro e encontrar todo esse universo particular e nuclear da vida, tornou-se ato autômatico,violento, comum em seu sentido mais pobre, raso em seu sentido mais fundo, onde não nos encontramos como mares infinitos e cheios de possibilidade boa, onde enxergo no outro uma continuação de mim que se constrõe até por dimensões que não vejo. Não ignorar o que meus olhos não conseguem ver, já dizia Guimarães Rosa: "Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo". Não é fácil, não é bolinho, viver é tudo ao mesmo tempo agora, e sabemos que esse tudo é muita coisa, mas não devemos fugir, encarar de peito aberto e receber, e receber, e receber, pra quem sabe em algum momento desses tenhamos algo pra doar. Somos meio duros e meio moles, tudo bem, mas não sejamos encerrados em nós mesmos, lutemos para criar juntos um universo pelo menos no agora mais nosso, e que ele seja sempre prenhe de possibilidades de vida, morte só ao "eu sozinho". Dida

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